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O mês de setembro além de ser marcado pela cor amarela conscientizando sobre a prevenção ao suicídio e verde pela conscientização da importância da doação de órgãos e tecidos, é também o mês mundial da conscientização sobre a doença de Alzheimer. Segundo a Alzheimer’s Disease International (ADI), o período visa aumentar a conscientização sobre a demência e diminuir o estigma ainda associado a essa condição.
Para isso, o dia 21 setembro foi escolhido para ser o dia mundial da doença de Alzheimer. Esta data para as associações, gerontólogos e outros profissionais que trabalham com população idosa serve como forma de orientar e conscientizar a sociedade em geral sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do cuidado a se oferecer, assim como o apoio aos familiares e cuidadores das pessoas que vivem com a doença de Alzheimer.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), estima-se que existam no mundo em torno de 50 milhões de pessoas com demência e apontam que este número deverá triplicar nos próximos 30 anos.
Enquanto psicóloga atuante com a população idosa informo e oriento às famílias em geral que não se prendam à estigmas e preconceitos. Isso porque quanto mais cedo as alterações na memória e no comportamento são percebidas melhor será o acompanhamento. Essa é a melhor conduta de carinho e atenção que o familiar pode possibilitar ao idoso. Essas ações oferecem um desenvolvimento na velhice com qualidade e melhores condições possíveis de tratamento, tanto da área da geriatria em termos de medicação, quanto ao atendimento multidisciplinar para estimular cognitivamente e fisicamente adiando a evolução da demência e contribuindo para a qualidade de vida da pessoa idosa.
Lembrando que hoje em dia a demência, principalmente o Alzheimer, não escolhe limites sociais, intelectuais ou mesmo econômicos. E mesmo que cada pessoa tem uma evolução da demência em cada fase da doença apresentando características e sintomas individuais e diferenciados, todos merecem atenção e necessitarão de cuidados para as atividades de vida diária.
Mesmo que não haja ainda a cura para a doença de Alzheimer, busque ajuda e informação, não desampare o seu familiar adiando uma ação por medo do desconhecido, quanto mais cedo ocorrer o diagnóstico e a conduta de tratamento for estabelecida mais o idoso tende a ganhar para ter uma vida diária de equilíbrio e qualidade.
O que é a doença de Alzheimer?
A doença de Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo progressivo que se caracteriza por deterioração cognitiva e da memória, comprometendo as atividades de vida diária e ocasionando alterações comportamentais. Essa doença afeta mais os idosos, sendo responsável por mais da metade dos casos de demência na população com mais de 65 anos.
Ela é considerada uma das causas mais frequentes de demência não reversível, além dela existem outros tipos como a demência vascular, demência de corpos de Lewy e demência frontotemporal, cada uma destas com tratamentos e prognósticos diferentes.
Na doença de Alzheimer o sintoma inicial é a perda de memória recente, mas com a progressão, vão surgindo outros sintomas como a perda de memória remota (dos fatos mais antigos), pode aparecer também a irritabilidade, dificuldades na capacidade de se orientar no espaço e no tempo, falhas na linguagem, a perda da capacidade das tarefas cotidianas, resultando futuramente em total dependência. Além das características da doença, ainda pode ser acompanhada de depressão, ansiedade ou apatia.
A Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) é uma entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo informar, orientar e apoiar as ações de cuidado para o bem estar da pessoa com demência e de seu cuidador. Os encontros do Grupo de Apoio têm a finalidade de informar, promover a qualidade de vida, a troca de experiências e ampliar a rede de suporte que auxilia no enfrentamento da doença.
A unidade de Ribeirão Preto conta com a organização de docentes, alunos e colaboradores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.
Confira algumas estimativas atuais sobre o Alzheimer:
• Estima-se que a cada 3 segundos alguém desenvolve demência no mundo, o que implica em mais de 9,9 milhões de novos casos a cada ano.
• Estima-se cerca de 50 milhões de pessoas vivendo com demência no mundo, e esse índice deverá aumentar para 152 milhões em 2050 se estratégias efetivas de redução de risco não forem implementadas.
• Pessoas vivendo com demência e seus cuidadores têm direito ao respeito, dignidade e inclusão, assim como ao diagnóstico, cuidado de qualidade e
tratamento.
• É preciso que a pessoa com demência seja vista além do seu diagnóstico, permitindo que venha a participar nas decisões sobre os cuidados de saúde,
direitos legais e manutenção da sua autonomia e independência.
• Promover uma sociedade em que a pessoa com demência e seus cuidadores sejam incluídos, apoiados e tenham a oportunidade de viver a melhor qualidade de vida possível é responsabilidades de todos.
Referência
http://abraz.org.br/web/2019/09/03/vamos-conversar-sobre-demencia-2/
VAMOS CONVERSAR SOBRE DEMÊNCIA
Associação Brasileira de Alzheimer – ABRAz - Setembro de 2019
*Texto escrito por Camila Maria Fernandes Fantacini
Psicóloga da Clínica Domus Claret
Especialista em Saúde Mental e Mestra em Ciências pela USP